Marcio S Galli, 27-9-2024
No final de Setembro de 2024 conheci o Sr. Omar, historiador, no Café Pagliaroni em Ribeirão Preto. Tudo começou quando perguntei se ele era escritor. Foi preconceito meu - olhei para ele e perguntei: você é escritor? Foi uma boa conversa, sobre estabelecimentos de alimentação, sobre cafés, sobre valores. Falei para ele do projeto "Além da Marca", o livro que quer resgatar valores para resgatar a identidade dos estabelecimentos de alimentação. Falei bem superficialmente.. gostaria de falar mais. Mais tarde ele me apresentou sua esposa, Celma, que, pelo que entendi, é uma das coordenadoras do Instituto do Livro em Ribeirão Preto. Não sei o que é isso, não sabia que isso existia e muito menos que era bem aqui, digo, no andar de cima, aqui no prédio "Palace".
Enfim, este momento é um registro, sobre o momento. Quero deixar anotado porque são movimentos que estão acontecendo, porque estou me colocando no meio da comunidade de pessoas que trabalham com escrita. Essa movimentação, nova, veio depois da feira do livro, que por sinal não sabia também. Mas eu também sei que veio depois que, digamos assim, terminei o pré-manuscrito do livro "Slow Down to Start-up", e que, sendo um escritor de primeira viagem, estou diante de uma nova fase com novos desafios - uma floresta que não conheço.
Enquanto esse movimento mais leve (contatos) acontecia, em paralelo eu tinha iniciado também uma interação mais complexa, ou dolorosa. Na mesma semana eu havia entrado em contato com um agente literário, e enviado dois parágrafos descrevendo o livro "Escrevendo um Escritor" e o "Além da Marca". O agente respondeu rápido, primeiro se posicionando sobre o "Escrevendo um Escritor", sugerindo que nem valeria tentar avançar. A lógica apresentada não foi uma grande surpresa, apesar de triste, diz que o mundo das editoras não iria considerar esse tipo de material sendo que eu não tinha credibilidade. Mas, por outro lado, ele viu algo sobre o material "Além da Marca". Quanto a esse, reconheceu que poderia ser algo de nicho, e me sugeriu para enviar uma visão geral do volume do material para que ele pudesse passar o orçamento de uma revisão crítica. Colocar este contexto, essa interação meio dolorosa com o agente literário, é importante não só pelo alinhamento geral - Marcio entrando em contato com o mundo literário - mas também porque eu tinha um problema mais concreto na frente, algo para ser enfrentado. Como assim o Marcio falar para escritores? Ou sobre "Escrevendo um Escritor"?
Com tudo isso acontecendo ao mesmo tempo, caiu uma ficha sobre o que fazer. Eu olhei para o material do "Escrevendo um Escritor" e tirei a carta na manga, do baralho, dos capítulos. Acontece que tinha já uma boa seção do projeto onde falo sobre ferramentas, sobre o movimento do escritor que precisa ser consciente em um mundo com tantas ferramentas, e especificamente sobre ferramentas de IA. Já havia percebido, lógico, que essa área da "escrita vs. IA" era algo importante, algo do momento. Mas, como também encontrei muita coisa bem mais relevante no meu material eu acabei deixando de lado, como sendo algo normal.
Então essa foi a hora que ví a luz, a chance de me orientar, um pouco, com uma certa, digamos assim, visão de mercado. Ou poderia ser a chance de ser alguém neste meio, ou de fato ajudar este meio. Veja por qualquer perspectiva, o que importa é que isso é de fato uma interação real que me aproxima dos leitores, ou usuários, ou colaboradores (pense como quiser) deste projeto - Escrevendo um Escritor.
Então, nesta mesma noite que os conheci, escrevi uma proposta para uma palestra, intitulada "Ser ou não ser um escritor, no mundo da IA". No outro dia, de manhã, eu estava lá, na porta da sala dela. Apesar que não encontrei ela, pude conhecer uma outra profissional do setor - Carla - que falou de coisas interessantes sobre o que elas fazem e o que o instituto faz. A conversa foi bem boa e ela recebeu bem a ideia da palestra. Não só deu suporte mas gostou do fato que eu comentei que tinha experiência tanto em ter usado a IA (para escrita) como ter usado e refletido sobre situações críticas onde a IA pode atrapalhar o processo de evolução do escritor. Celebramos questões sobre o que não queremos perder - a situação onde evolução da pessoa está ligada a escrita - então as coisas ficaram meio que encaminhadas - uma possível palestra. Ela sugeriu que a audiência inicial poderia ser escritores. Eu concordei de cara. Ela ainda me sugeriu ficar de olho nos editais sobre as oficinais literárias.